. O 4 de Julho

. O ABC da Lealdade

. Viva o 25 de Abril...de 1...

. Mário Soares e a III (ou ...

. A Revolução de 1820

. O Longo Processo de Recon...

. A Maldição dos Primogénit...

. Uma Andaluza à Frente dos...

. A Páscoa

. O Herói dos Heróis

.arquivos

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Junho 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Outubro 2007

. Agosto 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Outubro 2006

. Agosto 2006

. Junho 2006

. Maio 2006

. Abril 2006

. Março 2006

Em destaque no SAPO Blogs
pub
Domingo, 14 de Setembro de 2008

Reconhecer o Mérito

 

Ao passar no Chiado, dois monumentos nos lembram o passado literário daquele local. A estátua, na praça central, do poeta António Ribeiro "Chiado", risonho e com o dedo em riste a apontar para  Fernando Pessoa, sentado na sua Brasileira. Parece querer dizer:  " eu que fui tão pequeno em vida, estou aqui no alto, enquanto tu, que foste tão grande, te vês confinado a um canto".

Não muito longe, para lá da antiga muralha fernandina, jaz a estátua de Camões, inaugurada em 1880 por ocasião do IV centenário da sua morte.

Para além do espaço que a posterioridade lhes reservou, estes três poetas têm em comum o facto de nenhum deles ter conhecido a glória em vida.

Para o poeta Chiado é bastante lisonjeiro ser colocado ao lado destes "monstros" da literatura portuguesa. Poeta mediocre, não fora ter sido associado ao local mais nobre da capital e estaria votado ao mais profundo anonimato. Pouco se saber da sua  vida para além de ter sido um boémio incorrigível, amigo de Camões e viver no Chiado. No entanto hoje em dia coloca-se a questão de saber se foi o poeta que deu nome ao Chiado ou se o Chiado que deu o nome ao poeta. isto porque nos últimos anos foi vingando a tese que o topónimo Chiado seria originário do barulho, vulgo "chiadeira", da principal artéria do país, e como tal o poeta, que se chamava António Ribeiro (Chiado era alcunha),  e vivia no Chiado ter ficado associado ao local.     

Obviamente que Chiado não viu, nem poderia ver, os seus méritos literários reconhecidos em vida. Grandes vultos, como Pessoa e Camões, tiveram igual sorte. No entanto, o seu talento foi descoberto e apreciado pelas gerações vindouras.

Os méritos de Camões começaram a ser descobertos após a restauração da independência. Após 60 anos sob o jugo espanhol, Camões surge como uma referência nacional, em cujos versos se exaltava a valentia portuguesa. A segunda "vaga" camoniana teve lugar em meados do século XIX com o esplendor do romantismo e do orgulho imperial (que teve como consequência o célebre Mapa Côr-de- Rosa).

Fernando Pessoa, por seu turno, teve uma vida que apenas saiu do anonimato com a publicação da "Mensagem", única obra publicada em vida, e da sua actividade como técnico comercial. Quando morreu não poderia imaginar que décadas depois estivesse ao nível de um Camões. Estou convencido que Pessoa, quando morreu, pensaria que em 10 anos ninguém o conheceria. Mas foi preciso esperar por uma nova vaga imperialista, nas vésperas desse grande evento que foi a celebração do duplo centenário da fundação e restauração da nacionalidade, para que se começasse a reparar naquele grande talento. Por ironia, foi o evento organizado por António ferro e apadrinhado pelo regime, que acabariam por elevar a auto-estima nacional e  "abrir terreno" para a consagração de Pessoa, este mesmo que um dia escreveu este poema "dedicado" a Oliveira Salazar:

                                António de Oliveira Salazar

                                Três nomes em sequência regular...

                                António é António

                                Oliveira é uma árvore

                                Salazar é só apelido

                                Até aí está tudo bem

                                O que não faz sentido

                                É o sentido que tudo isso tem 

 

                                     (Fernando Pessoa, citado por Rui Romão)

 

Por falar em reconhecimento, não posso deixar de referir o paladino da mediocridade literária portuguesa, cuja roupagem de heroi carbonario-maçónico lhe garantiu a eternidade no Panteão Nacional, ao lado de algumas das mais importantes figuras portuguesas.

Falo de Guerra Junqueiro, cuja obra literária não mereceria mais do que o Alto de São João, como o comum dos mortais, e a obra cívica não menos que a Cadeia do Limoeiro.

Quando visito Stª Engrácia e vejo o túmulo do autor de "Os Simples", recordo-me, inevitavelmente, do comentário de Felipe II quando passou por Portalegre e vislumbrou um enorme túmulo na Igreja da Conceição (12 mt) que lhe informaram pertencer a um Bispo  "Grande gaiola para tão pequeno pássaro".

publicado por Rui Romão às 18:00
link do post | comentar | favorito

.D. Afonso Henriques


.

.pesquisar

 

.Setembro 2013

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30

.tags

. todas as tags

blogs SAPO

.subscrever feeds