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Domingo, 21 de Novembro de 2010

Toyota, Bimby e Karl Marx

 Pode parecer um pouco estranho o título deste post. Na realidade, é caricato fazer uma relação entre um dos mais influentes filósofos do século XIX e XX e uma marca de automóveis ou  um electrodoméstico com fins culinários (por sinal, confecciona uns pratos deliciosos).

Começando pelos carros japoneses dos anos 60, que por comodidade de exposição designo de Toyota, não eram carros particularmente inovadores, bem pelo contrário. Não tinham nenhuma componente de autoria própria, mas os japoneses conseguiam colocar nos seus carros a tecnologia criada por marcas francesas, alemãs e norte americanas e construir veículos com uma robustez fantástica.

Também Marx não foi propriamente inovador nas componentes da sua filosofia e teoria económica. Foi buscar a dialética a Hegel, a partir da qual construiu a sua teoria do materialismo historico e dialético (invertendo-a naquilo que ficou conhecido como a sua "Revolução Coperniciana"). Hegel, seu mestre, não deve ter aprovado.

O ideal socialista do ponto de vista teórico foi buscá-lo a Proudhon, o tal que disse um dia que "la propriété c'est un vol". Foi a este autor que foi "beber" os fundamentos da eliminação da propriedade privada e a construção de um socialismo igualitário.

A sua teoria económica deve um grande tributo a um inglês: David Ricardo. Este influente economista vai explorar a questão da distribuição da riqueza proveniente do trabalho e as assimetrias existentes nesta distribuição. O jovem Marx vai aproveitar esta reflexão para dissertar acerca dos fundamentos da sociedade capitalista, que o leva a advogar a eliminação do Estado, esse instrumento posto ao serviço das classes dominantes.

De Malthus retira a fatalidade da pobreza das classes mais baixas, inevitável segundo a teoria Malthusiana expressa na lei dos rendimentos decrescentes. Marx vai denunciar esta perversão do capitalismo e propor um modelo socialista, conducente a uma sociedade sem classes  

A teoria materialista e a forte componente crítica relativamente à religião (o ópio do povo marxista) é em grande medida obra de Feuerbach, que claramente influenciou a estrutura de pensamento de Marx.

Ou seja, tal como a Bimby, Marx foi uma excelente misturadora. Não inventou nenhum ingrediente, não propôs nada de novo, não adiantou absolutamente nada ao quadro teórico já existente. No entanto teve o mérito de "agarrar" neste saber teórico e conjugá-lo muito bem e de uma forma muito consistente. Também a bimby não inventou nem a farinha nem o sal, nem o fermento, mas se os colocarmos com conta, peso e medida conseguimos fazer um pão em 3 tempos.

Assim se construiu uma religião poderosa que influenciou indelevelmente a história do século XX mundial. Chamo-lhe religião porque se baseia numa relevação como fim último (ainda que terrena): uma sociedade sem classes. Ao contrário de outras religiões, e este foi o seu calcanhar de Aquiles, a sua revelação é etérea e comprovável através do regimes que vigoraram no século XX. Não nos remete para as calendas metafísicas da vida para além da morte e como tal não vingou. Foi por este motivo que a religião católica já resistiu dois milénios e o marxismo nem 80 anos. Hoje ainda existe a vulgata (a ideia da ideia que não atinge a transcendência, segundo o Pof. Barrilaro Ruas), mas a aventura do comunismo acabou com a queda do muro. Quanto à Bimby que eu saiba não se vislumbra, pelo menos nos próximos tempos, a queda do seu muro ...

publicado por Rui Romão às 12:50
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