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Quarta-feira, 19 de Outubro de 2011

A Velha Albion e a Europa

Por estes dias vivem-se dias difíceis na Europa. Chamam-lhe crise financeira ou da dívida soberana, embora, pessoalmente, me pareça mais uma crise de crescimento de um projecto que estagnou. Tal como os casamentos, quando chegam a um ponto onde já não existe nenhuma perspectiva de evolução, o projecto europeu cristalizou quando chegou ao limite máximo a partir do qual o projecto europeu implicaría a perda de soberania dos Estados que a compõem.

Falando do Reino Unido, é voz corrente a sua pouca disponibilidade para assumir grandes compromissos no seio da Europa. É uma estratégia arriscada, tendo em conta a exiguidade dos Estados europeus face à elevação ao estatuto de potência de paises como a China, Índia, Rússia ou Brasil, que por si só ocupam uma área muito superior à Europa no seu conjunto e que, a prazo, relegarão os pequenos Estados que compõem o Velho Continente para um estatuto de inferioridade política, económica e militar. O Reino Unido tenta contornar esse problema de dimensão na aliança com a sua antiga colónia norte-americana, reconhecendo o seu estatuto de inferioridade mas permitindo que a sua voz se continue a ouvir na nas sedes de poder das relações internacionais. A guerra do Iraque é um exemplo flagrante do preço que as Ilhas Britânicas estão dispostas a pagar para manter o seu protagonismo.

É neste contexto que poderemos indagar: porque motivo o Reino Unido não assume uma posição de dianteira na União Europeia, tal como a França e a Alemanha, que lhe permitiria ter, igualmente, uma posição de destaque neste mundo globalizado? Recordemo-nos que a sua entrada na Comunidade foi tardia e sempre em regime de "serviços mínimos". Por exemplo, o Reino Unido não aderiu à moeda única, mantém o seu banco central e uma contribuição para o orçamento comunitário muito abaixo daquilo que seria normal à proporção da sua capacidade económica.

A que se deve este cepticismo? A resposta, uma vez mais, está na história. Para os britânicos a Europa foi sempre uma fonte de problemas. Sem grandes preocupações em ser exaustivo e sem referir a célebre rivalidade franco-britânica ao longo de toda a idade média e princípio da idade moderna  - a mais conhecida das quais foi a Guerra dos Cem Anos - façamos um breve apanhado ao longo dos últimos 200 anos para perceber este antagonismo.

Assim, neste período, a Europa Continental trouxe a Revolução Francesa e a subsequente tentativa de domínio de todo o continente pela França bonapartista,  que conduziu a uma guerra sem quartel, por terra e mar, onde os britânicos sairam vencedores. Depois do Congresso de Viena a Europa voltou a ser palco de conflitos internos pela definição de um espaço vital que envolveu, principalmente, o Império Austríaco e o Alemão, com intervenção de paises como a Itália que lutava pela sua reunificação -  às expensas dos Estados Pontifícios e dos Austríacos -  sem esquecer a Guerra da Crimeia. Esta sucessão de conflitos haveria de culminar com a Guerra Franco-prussiana de 1870 e a subsequente Comuna de Paris, que foi uma espécie de rastilho para dois acontecimentos que haveriam de flagelar, uma vez mais, o Reino Unido: O Imperialismo Germânico e a Revolução Bolchevique.

Entrados no século XX surge a Guerra dos Balcâs, a Primeira Guerra Mundial, a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria (cujo epicentro do conflito foi em solo germânico).

Em suma, para os britânicos a Europa foi sempre uma fonte de problemas e esta crise economico-financeira só vem contribuir aprofundar ainda mais este sentimento. Nunca como agora, o Reino Unido se compraz de estar fora da zona euro e deste turbilhão que todos os dias nos entra em casa através dos telejornais.  

publicado por Rui Romão às 08:36
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Sexta-feira, 7 de Outubro de 2011

D. João II - Principe Perfeito ou Imperfeito?

D. João II será certamente um dos reis mais controversos da nossa História. Ninguém questiona que foi um grande Homem, e como todos os grandes, consegue despertar amores e ódios, sendo este efeito polarizador o que os distingue da mediania, palco dos que nunca saíram da sua zona de conforto. Neste  post não me vou debruçar sobre as grandes conquistas de D. João II, até porque elas são sobejamente conhecidas, nomeadamente o impulso que deu à expansão ultramarina através do plano, por si gizado, de chegar a oriente através da circum navegação do continente africano. Assistiu em vida à dobragem do Cabo das Tormentas por Bartolomeu Dias (1488), que baptizou de Boa Esperança, e que representava a esperança de chegar à Índia e às sua riquezas por via maritima e combater o monopólio dos turcos que então forneciam a Europa das especiarias indianas por via terrestre.

Os "podres" de D. João II estão ligados à sua luta sem quartel pelo fortalecimento do poder real, desbaratado pelo seu pai - D. Afonso V. Terá dito que o pai só lhe deixara as estradas do reino para governar, e na realidade não terá exagerado nessa sua análise. Quando assumiu o trono teve que restabelecer o prestígio da coroa e mudar velhos hábitos que já estavam enraizados e assumidos pela nobreza portuguesa. A pergunta a que ainda ninguém conseguiu responder foi esta: terá D. João II perseguido os nobres para reverter para a coroa os bens que o seu pai tinha doado ou, pelo contrário, foram os nobres que tentaram desde o primeiro momento afastar do trono este Rei austero?

Não sei qual das duas teses é a mais correcta, e pode suceder que a verdade não seja nenhuma das duas, mas um intrincado jogo de interesses opostos que coexistiram desde a primeira hora.

Os casos mais celebres foram a execução do Duque de Bragança e a conspiração do seu primo e cunhado D. Diogo. Comecemos pelo Duque de Bragança, que acabou os seus dias enforcado na Praça do Giraldo em Évora. A suspeita de que o Duque estaria a atentar contra a vida do monarca terá sido fundamentada em correspondência que este trocara com o Reis católicos e que chegaram às mãos de D. João II. Após um julgamento foi sentenciado à forca à vista de toda a gente em 1483, para mostrar que os tempos tinham mudado e que o novo Rei (reinava há dois anos) não hesitaria em sentenciar quem quer que fosse para fazer cumprir a sua vontade.

Este episódio terá sido um sério aviso para a restante aristocracia e ao mesmo tempo permitiu ao monarca aceder aos extensos bens da Casa de Bragança, que provinham desde os tempos do Condestável Nuno Alvares Pereira, e que reverteram para a coroa através da extinção da casa brigantina, restabelecida mais tarde por D. Manuel. Houvesse ou não anteriormente um plano da nobreza portuguesa para matar o Rei, este acontecimento tê-los-á levado a definir uma estratégia para o eliminar antes que semelhante sorte lhes batesse à porta.

Assim, dois anos mais tarde, houve uma nova tentativa de regicídio. O estratagema era o seguinte: o Rei gostava muito de ir caçar a Alcácer e os nobres portugueses conceberam o plano de esperá-lo na praia em Setúbal e aí, onde não teria hipótese de recorrer a outra ajuda que não o dos seus homens de confiança, não teria hipótese de se salvar. Nessa conspiração estavam envolvidos, entre outros, o Duque de Viseu (irmão da Rainha), o Bispo de Évora (D. Garcia de Meneses) e D. Guterre Coutinho que era Alcaide-Mor de Sesimbra.  Terá sido por uma inconfidência do Alcaide de Sesimbra a seu irmão - D. Vasco Coutinho - que o plano não vingou. D. Vasco informou o Rei da cilada, mas pediu-lhe que poupasse a vida do irmão. Sabendo de antemão desta conspiração, D. João II regressou por via terrestre a Setúbal e assim que chegou mandou chamar o seu cunhado ao Paço, onde o apunhalou (ou mandou apunhalar...). Conta-se que D. João II lhe terá perguntado "O que farias se soubesses que alguém te quer matar? Matava-o primeiro, respondeu-lhe D. Diogo" e assim o Rei fez justiça. Quanto aos restantes conspiradores, o Bispo de Évora foi encerrado numa cisterna do Castelo de Palmela, onde morreu envenenado. D. Guterre Coutinho, ao contrário do que o monarca prometera a seu irmão, acabou os seus dias no Castelo de Aviz, onde também terá morrido envenenado.

Diga-se, no entanto, que D. João II perdeu esta guerra porque acabou os seus dias num estado de saúde muito frágil, tendo sido, muito provavelmente, também ele envenenado. Viria a falecer em Alvor, para onde se deslocou para fazer um tratamento termal. Curiosamente não terá ído para as Caldas, onde a sua mulher tinha mandado construir uma termas. Este facto não será alheio ao distanciamento que a morte do seu irmão terá causado no seio do casal. O próprio Duque de Beja, futuro D. Manuel I, terá sido chamado pelo Rei, mas este, supostamente por conselho de D. Leonor, não cumpriu esta ordem, talvez por temer pela sua vida. Recorde-se que D. João II tinha um filho bastardo, D. Jorge de Lencastre, mestre da Ordem de Santiago, e que este tentou que lhe sucedesse. 

Perfeito ou Imperfeito? Eu acho que, como todos os homens, foi perfeito e imperfeito. Todos nós, por mais modesto que seja o nosso contributo, temos coisas de que nos orgulhamos e outras que nem por isso. O que importa e fazer um balanço entre estas duas vertentes e ficar com a convicção de que o saldo é positivo. Foi este o caso de D. João II. Perfeito não será mas foi, sem dúvida, um grande Rei.       

publicado por Rui Romão às 08:01
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Quinta-feira, 6 de Outubro de 2011

A Morte de Gutenberg

Hoje, dia 6 de Outubro de 2011, tive conhecimento da morte de Steve Jobs, fundador e ex-CEO da Apple. Não me vou alongar na sua biografia até porque não a conheço em detalhe, mas é do conhecimento público o seu génio inventivo e a sua capacidade para imaginar e conceber produtos verdadeiramente revolucionários. Os mais conhecidos são o IPod, o primeiro produto que lançou depois de ter regressado à empresa que fundou, em 1996, o I Phone que transformou a nossa relação com o telefone móvel e, por fim o Ipad, o "gadget" mais recente mas aquele pelo qual, segundo o meu ponto de vista, Steve Jobs ficará na história.

Se os tablets do tipo Ipad vingarem (como eu acredito) reduzindo o papel impresso a uma expressão ínfima, eis o homem que ficará conhecido por ter derrubado a hegemonia de mais de cinco séculos de Gutemberg. Sei que pode parecer um tanto ou quanto radical este raciocínio, mas se repararmos na evolução da forma como fixamos o conhecimento, não consigo identificar outra inovação que tenha feito "perigar" o legado de Johannes Gutenberg, que no século XV inventou a imprensa através de caractéres móveis e permitiu a massificação e divulgação dos livros e o nascimento da Imprensa. Até então os livros eram todos manuscritos, tarefa a que se dedicavam sobretudo os monges copistas, com destaque, obviamente, para a reprodução da Bíblia Sagrada. Foi esta tecnologia que permitiu o nascimento da imprensa cujo nome ainda hoje designa a sua invenção, mesmo para outros meios como a TV e rádio e que é condição sine qua non para a existência de sociedades democráticas. Por isso mesmo, e pelo reconhecimento do poder da imprensa, os regimes totalitários quando se estabelecem não tardam em pô-la ao serviço dos seus desígnios. 

Esta invenção tem sido utilizada ao longo de todos estes séculos embora com constantes inovações que tornam a imprensa de hoje completamente computorizada e com uma grau de sofisticação que em nada se pode comparar com o que se fazia, por exemplo, há 20 anos. No entanto na sua essência não é diferente do que se verificava no século XV. Com o nascimento dos tablets do tipo Ipad da-se o passo que faltava na desmaterialização dos conteúdos, sejam livros, jornais, revistas, teses académicas, etc. Com a portabilidade que esta invenção oferece, não tardará que o mercado editorial seja dominado por e-books, o que é um fenómeno que já se encontra em franco crescimento. Quanto aos jornais, a sua versão para tablet substituirá completamente num prazo de 10 anos as edições em papel, e as revistas não durarão muito mais tempo.

E o papel vai acabar? Não, mas será um produto completamente diferente. Tal como hoje existe um mercado dos discos de vinil, continuar-se-ão a imprimir livros, mas serão sobretudo vocacionado para o coleccionismo e não tanto como objecto de consumo. Em 2011 este raciocínio parece muito futurista, mas se daqui a 20 anos alguém ler este post, estou convencido que o achará ridículo pelo seu anacronismo. Com o ritmo alucinante de inovações tecnológicas que se introduzem no mercado, a realidade superará em larga escala esta minha previsão.

Para tudo isto ninguém contribuiu mais do que Steve Jobs.

Que descanse em paz (1955-2011)    

publicado por Rui Romão às 08:23
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Terça-feira, 4 de Outubro de 2011

O Conde de Oeiras

Há uns dias foi notícia a detenção do presidente de Câmara de Oeiras quando se preparava para inaugurar um monumento evocativo do Marquês

de Pombal, por ocasião dos 250 anos do concelho. Foi com 2 anos de atraso (1759-2009) mas a homenagem é justa, e este episódio não deixa de o ser também, ou não fosse o homenageado o homem que mais prendeu neste pais ao longo da sua história. Curiosamente o feriado de Oeiras é a 7 de Junho, dia em o Rei D. José I atribuiu Sebastião José Carvalho e Melo o título de Conde de Oeiras, concedendo foral à nova vila. Esta atribuição de foral é um tanto ou quanto quixotesca (chamam-lhe forais novos) porque no século XVIII as leis que regiam o território já não se traduziam em forais. Assim, e ao contrário do que se verifica em quase todos os municípios, em Oeiras o dia do concelho não alude a nenhum santo, longe disso!

Mas como é que a vida daquele que ficou conhecido na história de Portugal como Marquês de Pombal se cruza com Oeiras. Já li algures que o título lhe foi outorgado pelo seu trabalho na reconstrução de Lisboa, o que me parece um absurdo. Em 1759 tinham-se passado pouco mais de 3 anos após o terramoto pelo que ainda não havia nada reconstruído. A verdade parece-me que é outra. Nesse mesmo ano, no dia 13 de Janeiro, tinham sido executados os Távoras e o Duque de Aveiro no Patíbulo de Belém na sequência da tentativa de regicídio do Rei D. José no local onde hoje está a Igreja da Memória. Curiosamente é nesse local que hoje repousa o próprio Marquês de Pombal. Assim, o Rei ter-lhe-á atribuído o título como agradecimento pelo seu papel no processo Judicial que levou à condenação dos Távoras (dizem os juristas que o processo tem mais buracos do que um queijo suiço) e este não se fez rogado da mercê recebida e encarregou-se de construir um magnífico palácio, onde o próprio Rei, já velho e cansado, terá passado uma temporada e onde Sebastião José pensava acabar os seus dias.´

Não teve ensejo de desfrutar plenamente da sua obra porque com a morte do Rei e a subida ao trono de D. Maria I, os seus inimigos (que eram inúmeros) aproveitaram para se vingar dos vexames que tiveram que suportar durante a sua governação. Foi a política da "viradeira", com novas personagens e um novo estilo de governação. Este processo começou com o desterramento de Sebatião José para Pombal, onde detinha  o título de  Marquês desde 1769 mas que nunca pensou habitar. Aliás, Pombal está mais associada ao Conde de Castelo Melhor (outro grande estadista) do que a Sebastião José. Em Pombal Sebastião José tivera um tio cónego que lhe dera um forte impulso para que o seu sobrinho chegasse à corte (ainda no tempo de D. João V) e talvez por isso D. José resolveu atribuir-lhe o título de Marquês nessa Vila e não em Oeiras. O Marquês de Pobal terá pedido a D. Maria o título de Duque e esta ter-lhe-á respondido que os duques não se faziam, nasciam-se...Neste triste exílio fechou os olhos em 1782, num país mergulhado no caos e a saque por aqueles que tanto contestaram a sua mão firme. Era por isso que nesses dias se dizia em Portugal "mal por mal, antes Pombal".         

publicado por Rui Romão às 08:36
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