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Domingo, 29 de Janeiro de 2012

O Século XIX Visto do Velho Campo de Santana

Nesta fria e luminosa manhã de Domingo, fui dar um passeio na minha mota, como tantas vezes o faço aos Domingos. Ás primeiras horas da manhã consegue-se visitar uma cidade diferente daquela com que nos deparamos nos restantes dias da semana. A cidade está adormecida, sem a confusão costumeira, dando-se a conhecer, abrindo-se aos que a percorrem. Parei, não sei bem porquê, em frente ao Paço da Bemposta (ou da Rainha, são apenas dois nomes para designar o mesmo palácio). Fica ali à ilharga do Campo dos Mártires da Pátria, outro local com interesse histórico, e também não dista mais de 100 metros do Hospital dos Capuchos. Aparentemente, trata-se de uma descrição desconexa, sem fio condutor, como se me lembrasse de citar estes três lugares, qual taxista a dar indicações a um turista, mas não. Nesta pequena fracção de Lisboa, do tamanho de uma praça, consigo evocar a história do século XIX português, nos trilhos que nos guiaram ao Regime em que hoje vivemos.

Começando pelo Paço da Bemposta, foi residência da Rainha de Inglaterra, Dª Catarina, filha de D. João IV, que ali habitou quando regressou a Portugal, depois de enviuvar de Carlos II. Na sua folha de registo consta a proeza de ter sido responsável pela introdução do hábito de beber chá na corte Inglesa, costume que pegou de estaca entre os súbditos de sua magestade. Teve um papel extremamente importante na consolidação da independência portuguesa, pagando com os vexames que lhe foram impostos pelo marido, Carlos II, também ele um Rei que restaurou a monarquia depois da breve república de Cromwell, a consolidação da casa de Bragança no trono de Portugal. Foi regente durante o reinado do seu irmão, D. Pedro II, quando este andava pelas andanças da guerra de sucessão espanhola (um regimento português, comandado pelo Marquês de Minas, apoderou-se de Madrid, facto que pouco se conhece).

Desde 1640 até 1817, data que nos serve de charneira para entrarmos no campo Mártires da Pátria (então Campo de Santana), vivemos numa fase miserável até às pepitas de ouro começarem a chegar do Brasil para alimentar, sobretudo, o fausto de D. João V, ainda que sem grandes resultados práticos na administração do reino, que haveriam de ser impostos, de uma forma brutal, pelo Marquês de Pombal. Sebastião José, que governou como um autêntico déspota de 1756 a 1777, deixou um legado indelével de progresso económico, administrativo e social, embora à custa de repressão e violência, que sempre estiveram presentes em todas as suas grandes façanhas, valendo-lhe o epíteto, dado por Camilo Castelo Branco, de "Nero da Trafaria" (episódio dramático que de que falarei um dia).

Volvidos 12 anos após a queda de Pombal, dá-se em Paris a Tomada da Bastilha, ponto de partida para a revolução francesa e para o fim do Estado Absoluto. O processo não foi directo, passando por diferentes atapas desde os Estados Gerais até ao Império de Napoleão. Existiram coligações de paises que tentaram sufocar o processo revolucionário francês, de que Portugal fez parte, mas que foram todas derrotadas pelo poderoso exército tricolor. Em Portugal acentuava-se o estado de insanidade de Dª Maria I, que levou o príncipe D. João para a regência. Este ainda tentou protelar face à imposição francesa de bloqueio continental, que é uma forma de dizer "fechem os portos aos ingleses", exigência que nunca poderíamos cumprir, porque a Inglaterra era senhora dos mares e Portugal dependia do comércio com o Brasil. Fartos da complacência portuguesa, Napoleão enviou Junot para impôr pela força a sua lei, no que pode ser entendido como uma penitência pela nossa lealdade com a sua arqui-inimiga. Junot não encontrou resistência, entrando praticamente como um herói, mas não conseguindo alcançar o seu primeiro objectivo que era prender a família real, que já se encontrava a sair pela barra do Tejo a caminho do Brasil quando o seu exército entrou na capital portuguesa. Parece que ainda viram as naus ao longe, ficando daí, quem sabe, a expressão de "ficar a ver navios".

Depois dessa invasão, existiram mais duas, que acabaram por ser todas vencidas pelo exército anglo-luso, obrigando à retirada de Junot, Soult e Massena. Entretanto, no Rio, D. João VI proclamava a constituição do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve, mas aqui na velha Europa exigia-se o seu regresso a Lisboa. Os Ingleses tinham tomado o lugar dos franceses e, na prática, eram eles quem governavam o pequeno rectângulo europeu. Em 1817 foi descoberta uma conspiração para os expulsar, que teria como líder um militar prestigiado: Gomes Freire de Andrade. O chefe deste golpe acabou enforcado em São Julião da Barra (o que foi uma humilhação, porque como militar ele achava (e bem) que, a ser condenado à morte, deveria ser por fuzilamento). Os restantes conspiradores foram enforcados naquele campo a que hoje chamamos de "Mártires da Pátria", aqui ao lado da Bemposta.

O Golpe de 1817 foi a antecâmara da bem-sucedida Revolução de 1820, que haveria de instaurar o movimento liberal no nosso país. Elegeram-se deputados para as corte constituintes que elaborariam a primeira Constituição Portuguesa, aprovada solenemente em 1822. Os liberais continuam a exigir o regresso do Rei  e o restabelecimento do Brasil ao estatuto de colónia. D. João VI, ao que parece contrariado, lá regressou com a família real, deixando apenas o seu filho (o futuro D. Pedro IV) num gesto de clarividência. Sabendo da exigência dos liberais, o monarca percebeu que o Brasil se tornaria independente, e assim, mal por mal, que fosse sob a égide de um príncipe português.

D. João VI chega em 1821 a Portugal e instala-se aqui na Bemposta, onde no ano seguinte juraria a constituição de 1822, apenas alguns dias depois de D. Pedro ter soltado o grito do Ipiranga.

A constituição de 1822 teve como inspiração a Constituição Espanhola de Cádis, que era bastante radical. Tinha por base o principio de Montesquieu de separação dos poderes, atribuindo ao monarca apenas o poder moderador. Imagine-se, num país onde havia gente que tinha vivido no tempo de Pombal, passar, de um dia para o outro, de um regime absolutista para outro em que o Rei era apenas um mero figurante. Usando uma analogia com as artes, era como se a personagem principal, a meio do espectáculo, passasse para a plateia, assumindo o lugar de mero espectador. 

Este regime não durou muito tempo porque no ano seguinte o Infante D. Miguel sublevou o exército e levou a cabo um golpe em Vila Franca, restaurando o absolutismo em Portugal. Este episódio ficou conhecido como a "Vilafrancada" e contou com o apoio de muitos liberais moderados (como era o caso de Palmela), que não estavam de acordo com o radicalismos dos "Vintistas". D. Miguel tornou-se comandante do Exército, o que lhe conferiu um poder quase absoluto. Não satisfeito, em Abril do ano seguintes levanta um cerco ao pai no Paço da Bemposta, mas desta vez o Rei não o apoia e com o auxílio das potências estrangeiras refugia-se num navio de Guerra e D. Miguel é obrigado a partir para o exílio. Foi a Abrilada.

D. João morre em 1826 e coloca-se a questão da sucessão. Seria D. Pedro, que era imperador do Brasil, ou D. Miguel, uma vez que o irmão era agora soberano de um país estrangeiro? D. Pedro era reconhecido como o legítimo rei pelos liberais, mas este abdicou da coroa na figura da sua filha, Maria da Glória, mas que deveria casar-se com D. Miguel, seu tio, no que foi uma tentativa de pacificação que não surtiu efeito. Paralelamente, o então imperador do Brasil outorga uma constituição muito mais moderada do que a de 1822, que ficaria conhecida como a Carta Constitucional, em torno da qual se arregimentariam os liberais moderados, conhecidos como cartistas.

D. Miguel, no exílio em Viena, concordou com o casamento e jurou a carta, na presença do Imperador Austríaco, mas chegado a Lisboa proclama-se Rei Absoluto. D. Pedro abdica da coroa brasileira noutro filho seu (futuro D. Pedro II) e vem para a ilha Terceira onde organiza uma armada que haveria de desembarcar no Mindelo em 1832, e que resistiu a um cerco de um ano na cidade do Porto. Num golpe de génio, O futuro Duque de Terceira, a bordo de uma armada comandada por Napier, numa tentativa para aliviar o cerco, dirige-se ao Algarve, a partir do qual, sem grande oposição, entra em Lisboa e decide a guerra a favor dos Liberais, obrigando, uma vez mais (e desta vez definitivamente), ao exílio de D. Miguel.

Com o triunfo dos liberais sobe ao trono D. Maria II, que teve que se bater, numa tarefa nem sempre bem conseguida, com a rivalidade entre cartistas (apoiantes da carta outorgada em 1826 por D. Pedro) e vintistas (ala mais radical, que defendiam a constituição de 1822). O pais só entrou nos eixos em 1851, com o golpe da regeneração de 1851 no Porto, abrindo estrada para os progressos no tempo do fontismo.

Os mais atentos (e que ainda se recordam do início deste texto) pensarão: o que é que o Hospital dos Capuchos tem a ver com esta história? A resposta é simples. Antes de ser Hospital, era um convento franciscano, que foi, como todos (a excepção dos femininos), extinto em 1834 na sequência da vitória do movimento liberal, no célebre decreto de Joaquim Augusto Aguiar, que por isso ganhou a alcunha de "mata-frades".

Não me vou alongar mais, até porque nesta cidade cada pedra tem uma história para contar, e daqui até Odivelas, onde moro, teria um tomo do tamanho dos Lusíadas. 

publicado por Rui Romão às 14:52
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Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2012

Longe da Vista, Perto do Coração

Vivemos uma fase particularmente complicada da nossa História. As dificuldades são imensas e não existe qualquer luz ao fundo do túnel. Falta esperança, faltam ideias, faltam causas que nos mobilizem. Cumprir défices não apaixona ninguém. É por isso um tempo propício à reflexão. Pensar porque motivo chegámos aqui e, mais importante ainda, propor algo de novo que nos levante a moral, que nos faça sonhar, que nos catapulte para fora deste abismo. O queixume tornou-se quase uma religião, mas faltam as soluções fora do quadro mental tão em moda nestes dias. Parece que  a única solução para todos os nossos problemas será empobrecermos!

Foi com esta conjuntura em pano de fundo, que no meio de uma reflexão pessoal me ocorreu algo que até aqui nunca me tinha apercebido: os mais lúcidos pensadores, as mentes mais brilhantes que o nosso país gerou, viveram todos, sem excepção, em períodos particularmente difíceis e curiosamente (ou não) passaram largas temporadas no estrangeiro.

Seguindo uma sequência cronológica, lembro-me de Camões, que para além da magnífica obra lírica que nos legou, escreveu o mais comovente documento de exaltação da glória do povo português - Os Lusíadas - e que viveu numa época decadente, com uma inquisição castradora, a carreira das indías ameaçada por holandeses e a independência presa por arames nas mãos de uma criança perturbada (D. Sebastião). Camões andou pela India, por Macau, foi naufrago e regressou à sua pátria, onde lhe concederam uma tença, irregularmente paga, pela publicação do seu monumental épico.

O padre António Vieira, o Imperador da Língua Portuguesa, foi muito novo para o Brasil onde se distinguiu como orador e como defensor dos direitos dos índios, provou estar tão à vontade nas selvas da américa, como nas cortes europeias. Foi escolhido para se deslocar à corte de D. João IV para lhe prestar obediência e terá impressionado tanto o "Restaurador" que este o convidou para usar a sua enorme capacidade oratória na defensa da sua causa nos centros de poder do velho continente. Viveu num período de incerteza em que todo o erário régio era destinado a uma guerra que haveria de durar muito para além da sua vida. A liberdade de pensamento valeu-lhe a inquisição no encalço, principalmente depois da morte do Rei, seu protector. É do padre António Vieira a frase que melhor explica os feitos que este pequeno país à beira-mar plantado logrou alcançar "um palmo de terra para nascer, o mundo inteiro para morrer". Os seus sermões, que se dedicou a passá-los por escrito no fim da vida, são das mais belas páginas jamais escritas em português. 

Eça de Queirós sobraçou a vida diplomática depois de uma curta passagem pelo jornalismo (em Évora) e pelo funcionalismo público (em Leiria), o que o  levou a cidades tão distintas como Havana, Bristol, Newcastle ou Paris, onde passou a maior parte da sua idade adulta. Aí escreveu as suas obras-primas, colocando a nu as fragilidades da sociedade do seu tempo, estiolada pelo anacronismo religioso, pelo caciquismo político e pelo raquitismo mental e cultural.

Contemporâneo de Eça, Fernando Pessoa talvez se tenha cruzado com o autor de "Os Maias" no Chiado da sua infância. Nascido em 1888, precisamente o ano em que Eça publicou a sua obra-prima e que corresponde também ao período mais activo e vibrante dos "Vencidos da Vida", foi para a África do Sul com apenas 7 anos de idade, acompanhando a mãe e o padrasto que tinha sido destacado para a então colónia britânica para exercer um cargo diplomático, regressando apenas em idade adulta (1905) para prosseguir estudos superiores (que nunca concluiu). A glória de Pessoa, como a maioria dos nomes que mencionei (à excepção de Eça), foi póstuma, mas foi o grito mais alto de exaltação do passado português, transposto para o século XX, quando Portugal vivia as páginas mais negras da sua História, mergulhado na anarquia republicana. Trouxe ideias, que era aquilo que então, como hoje, mais necessitávamos. Avançou com a ideia do V Império, que seria um império de poetas, onde Portugal voltaria às suas glórias pretéridas e em que surgiria um novo Camões -que mal consegue disfarçar que seria ele próprio- para as transpor para a mais bela e alta forma de manifestação cultural - a poesia.  

Talvez não tenha sido por acaso que todos eles tenham estado fora da sua pátria. Quando estamos muito perto, não conseguimos ter uma noção de perspectiva. Mas quando estamos muito longe também não conhecemos a realidade em pormenor. Creio que foi essa a grande fonte da sua lucidez, associada ao seu reconhecido génio. Quando existe talento, lucidez, crítica e uma postura construtiva, nós, portugueses, somos capazes de tudo. Faltam-nos causas mobilizadoras, mas que inspiradores podiam ser estes exemplos! 

publicado por Rui Romão às 08:40
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Segunda-feira, 9 de Janeiro de 2012

O Vencidismo

Ficheiro:Vencidos da Vida.jpg

 

"Dúzia e meia de ratões que, quando juntos, o que pretendem é jantar; depois de jantar, o que intentam é digerir; e a digestão finda, se alguma coisa ao longe miram, tanto pode ser um ideal, como um water-closet" 

 

Esta frase é da pena de Fialho de Almeida, na sua célebre obra "Os Gatos", onde destila todo o seu veneno sobre este grupo de intelectuais, que se juntaram ocasionalmente entre 1888 e 1891, que deram pelo nome de "Vencidos da Vida". Talvez este seu azedume se tenha ficado a dever a nunca ter sido convidado para integrar o mesmo, mas talvez esta opinião se aproxime bastante do que foram "Vencidos", ou seja um grupo informal, bacante, onde, no meio dos seus jantares generosamente servidos com champagne, se abordavam os problemas do país e do regime constitucional, sem o menor propósito de intervenção. Vivia-se no estertor da fase aurea da monarquia portuguesa-o fontismo- e o sistema rotativista começava a evidenciar sinais claros de desgaste, a que se juntava um enorme défice de ideias e um desinteresse pelo bem comum por parte da classe política. No governo e nas câmaras a mediocridade dos seus protagonistas era a matéria-prima para "O Conde de Abranhos" de Eça.  A sociedade era ultra-conservadora e mantinha-se arreigada a um catolismo castrador do progresso. O sistema de ensino passava ao lado dos progressos científicos e culturais do último quartel do século XIX. No fundo, o país andava a formar "Eusebiozinhos", para utilizar a célebre personagem queirosiana.

Foi perante este status quo que se começaram a formar correntes de opinião a denunciar este estado de coisas, sendo a iniciativa mais conhecida as conferências democráticas de casino lisbonense, interrompidas abruptamente por ordem do governo. Muitos viam a fonte de todos os problemas no regime monárquico, como era o caso de Antero, que chegou a apontar a monarquia e a Igreja Católica como a causa de decadência de Portugal e Espanha. Foi neste periodo que o Partido Republicano se organizou, sendo o centenário de Camões (1880) o momento capital para afirmação das ideias repúblicanas. Outros achavam que o problema não estava no regime monárquico, mas no sistema rotativista, onde progressistas e regenaradores se revezavam no governo através dos caciques locais e de acordos parlamentares baseados em interesses particulares. Foi esta corrente crítica que deu origem  à "Vida Nova" de Oliveira Martins, que mais tarde foi recuperada por João Franco para, sob a égide de D. Carlos, formar a Dissidência Regenaradora, que acabou no banho de sangue do Terreiro do paço.

É neste contexto que se inserem os Vencidos da Vida. Eram um grupo de dandies que jantavam uma vez por semana no "Bragança", e cujas reflexões, pelo prestígio dos seus membros, tinham uma enorme repercussão na sociedade de então. Tinham como orgão quase oficial o diário "O Tempo" cujo proprietário, Carlos Lobo de Ávila, ele próprio um vencido, onde eram escritos os artigos de opinião de vários "Vencidos", embora o fizessem sempre em nome individual.

Do conjunto de artigos, destacaria a réplica de Eça de Queirós à sátira que Bulhão Pato lhe dirigiu, por este se sentir retratado em "Os Maias", na figura do poeta "Tomás de Alencar". Bastaria este artigo para considerar o "vencidismo" um movimento de suma importância!  

publicado por Rui Romão às 08:30
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