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Sexta-feira, 28 de Junho de 2013

Mário Soares e a III (ou II) República

 

No dia em que escrevo este post Mario Soares está “vivinho da silva” e com saúde, e espero que a mantenha por bons e largos anos. Quase a atingir o limiar respeitável dos 90 anos, continua com uma vitalidade política invejável, que nos últimos tempos tem girado em torno da ideia peregrina de unir “as esquerdas” para derrubar o governo que, segundo o próprio, é ilegítimo.

Declaração de interesses: reconheço o papel fundamental que Soares teve no Portugal contemporâneo, nos anos quentes do Prec, onde pôs a sua coragem e a sua enorme astúcia política ao serviço da defesa de um regime democrático e pluripartidário, afastando-nos dos modelos de partidos único que o Partido Comunista e os seus derivados – os tais partidos pequeno-burgueses de fachada socialista de que nos falava Cunhal - tentavam impor ao país. No entanto, não valorizo em demasia o papel de Soares na fase dos governos constitucionais onde foi por 3 vezes primeiro-ministro (um péssimo primeiro ministro, por sinal) nem dos 10 anos em que foi inquilino do palácio de Belém, cuja eleição representa a minha primeira memória da política, tinha então 8 anos.Costuma colocar na lapela, como título supremo, o ter sido o pai da adesão à então CEE, embora o seu europeísmo seja mais tardio do que o que por vezes tente passar. Posto isto, vou falar do Mário Soares actual que quer unir os partidos de esquerda para derrubar o actual governo de centro-direita. Diz Soares que ele é ilegítimo, porque não cumpriu promessas, sacrificando o país com impostos atrás de impostos. Diz ainda que o Governo já perdeu a maioria do apoio na sociedade portuguesa e, como tal, deve ser substituído, exortando o actual Chefe do Estado a fazê-lo pela via da dissolução do Parlamento.

Para começar, se fossemos a seguir igual critério, teríamos governos de duração muito semelhante aos da primeira república, onde a média ia, salvo erro, nos 4 meses de duração.

Vamos ao discurso. Concorde-se ou não, podia ser coerente com o percurso e as ideias políticas de Soares, mas desconfio que não seja o caso. O mesmo Mário Soares que é um defensor acérrimo da primeira República. Ele consegue ver virtudes onde qualquer pessoa isenta só consegue ver uma calamidade. Conhecedor como é da matéria saberá que os problemas da primeira república são muito parecidos com os da actual. Pequeno parenteses, para o antigo Chefe do Estado, não estamos na terceira mas sim na segunda república, uma vez que o período designado por Estado Novo não seria uma República mas uma ditadura militar. Argumento original, mas que não tem qualquer sustentação constitucional. Existiu uma república, plasmada na Constituição de 1932, onde se lavrou que Portugal era uma República, sendo a mesma reconhecida por todas as chancelarias com as quais tínhamos relações diplomáticas.

Contagens à parte, na primera república, o problema da dívida externa e do défice das contas públicas era ainda de maior monta do que o actual, no entanto Afonso Costa, o ídolo do Dr. Soares, resolveu-o rapidamente. Fê-lo com alguns instrumentos que hoje certamente reprovaria: aumento brutal de impostos, redução do colégio eleitoral face à monarquia para garantir as maiorias parlamentares, ostracização da população rural, perseguição à igreja, censura à imprensa (completamente livre na monarquia) e criação de uma milícia de caceiteiros - a formiga-branca - que se dedicava a intimidar qualquer movimento insurrecional que surgisse no país.

É este mesmo Soares que aprova a conduta de Afonso Costa que diz que este governo é ilegítimo? Um governo eleito “sem chapeladas”, dispondo de uma maioria parlamentar, garantindo a liberdade de imprensa, de manifestação e de greve.

Para justificar o disparate da tomada de posição de Soares não era preciso ir tão longe, bastava ver os murais, alguns dos quais ainda hoje subsistem, onde se podia ler de Soares o que Moisés não disse do toucinho. Não creio que, na altura, ele considerasse que ocupava ilegitimamente o cargo. Mas agora acha. Parafraseando o próprio: “só os burros é que não mudam”!

publicado por Rui Romão às 17:18
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