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Após a era Brejnev - que perdeu o poder na urna em 1982 (entenda-se urna funerária) o Comite Central continuou a apostar na gerontocracia da linha do lider expirado. Primeiro com a "eleição" de Andropov, que morreu poucos meses depois, seguindo-se Chernenko que não durou muito mais. Quando se perdia mais tempo em funerais de Estado do que a nomear presidentes, a Nomenklatura escolheu um político mais jovem, de seu nome Mikhail Gorbatchev.
Gorbatchev era um bom analista. Apercebeu-se de que a URSS não podia insistir no mesmo modelo. No fundo o que Lenine tinha feito nos anos 20 e que levou ao NEP. Gorbatchev também tinha o seu "NEP", e que se baseava sobretudo em dois conceitos: Glasnost e Perestroika.
O Glasnost - que literalmente significa transparência - tinha como objectivo estreitar as relações com o povo, através de uma governação mais transparente e participativa.
A Perestrokia significava a restruturação de todo o aperelho de Estado, nomeadamente do ponto de vista económico, conducente a um socialismo com uns laivos de capitalismo, por forma a construir um modelo que permitisse a sobrevivência da URSS.
Não se pode dizer que Gorbatchev tenha sido um grande Estadista. Bem pelo contrário, permitiu, com uma política ambígua e sem um caminho claro, que após a queda do muro se sucedessem as dissensões para lá da muralha de ferro. Desde logo na Polónia, onde o Comunismo sucumbiu com a acção determinada do Solidariedade de Walesa.
Perante o cenário de desintegração, a letargia do líder foi ainda mais evidente, tornando-se claro que o regime, à imagem do líder, tinham chegado ao fim da linha.
Da-se uma tentativa de golpe de Estado em 1991, travado pelo 1º presidente eleito da Rússia, Boris Ieltsin. Gorbatchev demite-se em Dezembro do mesmo ano e com ele morre a URSS, que foi transformada provisoriamente em Comunidade de Estado Independentes até que cada país seguisse o seu caminho. Pelo meio, a Rússia debate-se ainda com diversos problemas de separatismo, como é o caso da Tchechénia.
Com o colapso da URSS, o comunismo foi ferido de morte. Permanecem alguns regimes exóticos em Cuba, Coreia do Norte, Vietname, Laos e China, mas com diversas nuances. A China, que teve a sua malograda tentativa de Primavera em 1989 na Praça de Tianamen, rendeu-se ao capitalismo, embora ainda mantenha uma ténue fachada comunista, o mesmo sucedendo em Laos, sendo que ambos já foram excluídos da definição de Estado Comunista pelo Departamento de Estado norte-americano...
Os partidos comunistas praticamente desapareceram na Europa, em parte absorvidos pelos partidos trabalhistas e socialistas, perdendo a sua influência outrora olhada com receio.
Em Portugal, o PCP continua a definhar, embora registe resultados eleitorais superiores a qualquer outro seu congénere europeu. Continua, ainda assim, a ser uma força viva no mundo sindical e também ao nível do poder local, nomeadamente no Alentejo e Península de Setúbal. Em Portugal existe a particularidade de existir um partido trotskista -seguidores de Leon Trotsky, fundador, em 1938 ,da IVª Internacional, evque se opós a Estaline e que pagou com a vida a ousadia - que disputa o mesmo eleitorado do PCP e até do PS, embora com maior incidência junto dos jovens.
O comunismo não renascerá das cinzas, mesmo que seja tentador pensar nessa possibilidade nas ciclicas crises do capitalismo. E não renascerá por uma razão simples: Como regime é contra-natura. É da natureza humana tratar melhor do que é nosso do que aquilo que é comum. É por isso que o Estado é tão mau gestor de empresas.
Mas o pior nem é o princípio filosófico. O pior é a prática, ou seja a ditadura, a repressão, a censura, a miséria e até a morte.
Para termos uma noção do que seria Portugal se o PCP tivesse saído vencedor no 25 de Novembro de 1975, basta deter-nos na afirmação de Álvaro Cunhal, em pleno período revolucionário, onde, taxativamente, se opunha à realização de eleições...
Ou seja, o objectivo era substituir uma ditadura por outra, embora de sentido contrário...
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