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Um dos pontos de referência do Palácio Real de Vila Viçosa é a tão famigerada Porta dos Nós. Obra quinhentista, reveste-se de um significado que vai para além da sua indelevel beleza artistica.
O que significaria para os Bragança os Nós? A divisa "depois de Vós, Nós" era bastante cara aos monarcas, particularmente até à eclosão das várias revoluções liberais, pois representava na perfeição o estatuto atribuído ao Soberano - representante de Deus na Terra. A sua omnipotência só terminava onde entrava o poder divino, pelo que na prática ele detinha o poder absoluto na esfera dos seus domínios.
Sucede que a porta já lá se encontrava antes de os Braganças assumirem o trono português. Fundada por D. Afonso, filho natural de D. João I, cujo consórcio o uniu à filha de D. Nuno Alvares Pereira, a Casa de Bragança assumiu-se como a principal casa senhorial portuguesa, a seguir à Casa Real. Daí que essa expressão significasse que depois do Rei, o Duque de Bragança era o fidalgo mais importante do Reino.
Curioso é observarmos esta mesma divisa no ex libris do último Rei da casa de Bragança - D. Manuel II. Neste caso, não foi por jactância, nem por uma necessidade de afirmação pessoal, mas antes por uma atitude de humildade face ao primeiro Rei com o seu nome- D. Manuel I. Depois do grande Rei da Descoberta do caminha marítimo para a Índia, Brasil e demais possessões, D. Manuel II tinha a seu cargo outro cabo das tormentas...
Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu, eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia. No céu podia tecer uma nuvem toda negra. E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas, e à porta do meu amor o ouro se acumulasse. Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se, levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho. Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra, e a fímbria do mar, e o meio do mar, e vermelhas se volveram as asas da águia que desceu para beber, e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas. Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo. Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata. Correram os rapazes à procura da espada, e as raparigas correram à procura da mantilha, e correram, correram as crianças à procura da maçã. Herberto Helder
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