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Uma pequena homenagem para um grande português. 1889-1932
Porcalhota, Viana da Foz do Lima e Santa Cruz do Douro. Hoje em dia poucos conhecem estas terras e menos ainda a sua história. Não admira. Os locais existem, mas os topónimos já passaram à história. Sendo a toponímia um importante instrumento de acção política, social e económica, é comum a substituição de topónimos acompanhar a introdução de novos paradigmas. Foi assim em 1974. A Ponte Salazar passou a 25 de Abril, proliferaram topónimos alusivos aos novos tempos: Rua do MFA, do Proletariado, das Nacionalizações, etc substituindo todos os topónimos ligados ao anterior regime. Já em 1910, tínhamos assistido a um fenómenos semelhante. Quem não conhece a Av / Rua Almirante Reis (ou Cândido dos Reis, é a mesma pessoa), Miguel Bombarda, república, etc., que alternaram com topónimos ligados, directa ou indirectamente, à coroa. No que concerne à toponímia das grandes cidades, a sua raíz é mais difusa e as teorias sucedem-se sem que haja grandes concensos. Olissipo, antepassado remoto de Lisboa, tando pode provir, de acordo com a teoria, do topónimo fenício Alis Ubbo (Baia Serena), como de de Ulissipo (cidade de Ulisses). Outros são mais consensuais. Faro, provém de Harum, príncipe berbere que colonizou aquela região (Mahomed Ben-Said Harum), Porto deriva do seu porto marítimo, que aliás deu nome ao país (Portus Cale).
De regresso aos três topónimos iniciais. Porcalhota era a designação em vigor até meados de 1907 da actual cidade da Amadora. Os seus habitantes diligenciarem junto do Rei D. Carlos por forma a que este outorgasse a alteração do topónimo para outro mais "digno". O soberano encaminhou o assunto para o seu ministro do Reino, João Franco, que despachou favoravelmente. Ironia do destino, a primeira placa com a designação Amadora foi colocada, na estação de caminho de ferro da então Porcalhota, no dia 1 de Fevereiro de 1908, dia do assassinato do Rei.
Viana da Foz do Lima foi, até à Revolta da Patuleia, a designação da actual Viana do Castelo. Face ao descontentamento com o governo do Costa Cabral, o Conde das Antas tomou a cidade, no entanto deparou-se com uma feroz resistência por parte da população, fiel à Rainha e a Cabral. Em sinal de agradecimento, D. Maria II mudou a designação da vila para Viana do Castelo, o que não deixa de ser curioso uma vez que nunca existiu qualquer castelo naquela região.
Por fim, vamos falar da Tormes de Eça de Queiroz. Na sua obra "As Cidades e as Serras", Eça inspira-se numa quinta que a família de sua mulher possuia em Santa Cruz do Douro. Como forma de homenagem, foi atribuído ao local o topónimo ficcionado que o prosador lhe atribuiu na sua obra.
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