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Afonso Costa (1871-1937) disse um dia que conseguiria acabar com a religião em Portugal em duas gerações. Haveria muito para dizer deste autêntico algoz, mas guardo para os seus biógrafos que, em ano de centenário da República, se têm afanosamente dedicado a este mister.
Deixo apenas duas notas: o envolvimento no regicídio (cujo processo desapareceu misteriosamente quando foi ministro da justiça do 1º governo da República) e a perseguição, de contornos hitlerianos, à Igreja Católica.
Não obstante, este fanático continua a ser benquisto em alguns meios republicanos, nomeadamente nas lojas maçónicas de cariz jacobino, onde não lhe faltarão certamante lisonjas nos discursos de Outubro do corrente ano.
Deixo apenas uma imagem que espelha o seu equívoco.
A História dos países é em tudo igual à nossa história individual. Ou seja, é um percurso em que nos orgulhamos de algumas coisas que fizemos e nem tanto em relação a outras. Falando da nossa História, pessoalmente não tenho orgulho da forma como D. Afonso Henriques tomou Santarém e Lisboa (1147), como também não prezo as guerras fernandinas e afonsinas (Afonso V) e ainda menos o Pacto de Gramido (que pôs fim à Patuleia).
Mas nada se equipara à repulsa que sinto relativamente à agora centenária Iª República. Não é necessário evocar muitos episódios, porque a estatística é elucidativa: 45 governos e 8 Presidentes em menos de 16 anos! Dá uma média de um governo em cada 4 meses! Podería mencionar a perseguição à igreja, as lutas de rua que chegaram a banalizar o amontoado de cadávares, a camioneta fantasma, a censura, etc, mas a história era longa.
Mas na catástrofe que foi a Iª República, houve um episódio que supera tudo o que é expectável, mesmo para os parâmetros da República de Afonso Costa e do seu Partido "Democrático". Trata-se do governo que ficou para a história como o governo dos Cinco Minutos. A história tem tanto de simples como de rocambulesca. No dia 14 de Janeiro de 1920, António José de Almeida - o único político sério da Iª República - nomeou Fernandes da Costa para o cargo de primeiro-ministro. Nesse mesmo dia, quando o governo recém-empossado se reunia no Terreiro do Paço para elaborar um plano de acção, dá-se uma invasão da sala por parte de uma turba capitaneada por dois boémios lisboetas: O "Chico Fadista" e o "Oh Aí Ó Linda".
Estes boémios faziam parte do chamado grupo da "Formiga Branca", uma força agitadora do Partido Democrático de Afonso Costa, sempre pronta para o trabalho de agitação com o propósito de derrubar governos que não fossem afectos ao partido.
Depois de ter sido agredido por essa multidão em fúria, o chefe de governo compreendeu que não tinha condições para se manter no cargo e saíu dali imediatamente para Belém onde apresentou a sua demissão do Chefe de Estado.
É esta a República que celebramos em Outubro de 2010!
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