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Quem ler este título pensará que venho falar da bomba atómica ou de qualquer outro apetrecho destruidor de fins bélicos. Enganam-se. A arma mais poderosa do mundo é muito mais democrática do que uma bomba nuclear, ou para colocar em termos mais exactos esta questão, é potencialmente mais democrática. Falo-vos do conhecimento, e não preciso de fugir ao tema militar para ilustrar este raciocínio. Ao contrário do que se possa pensar, a vitória aliada não se deveu nem a uma supremacia numérica, nem material e muito menos científica. A grande mais-valia foi o conhecimento prévio de todas as movimentações das chamadas "Forças do Eixo" (Alemanha, Itália e mais tarde o Japão), através da decifragem das mensagem do seu sistema de codificação: o "enigma" (Alemanha) e o "magia" (Japão). Com uma equipa de 1500 perítos, os britânicos foram quebrando todos os código de segurança de ambos os mecanismos - considerados como inquebrantáveis pelos seus criadores - até ao mais complexo - o Ultra - vantagem que durou até ao final da guerra.
Poderia dar inúmeros exemplos das vantagens decorrentes desse conhecimento, desde logo pela antecipação dos planos de ataque, localização de submarinos e vasos de guerra, pontos fracos, dificuldades etc., para além de dar a possibilidade (aproveitada) de desenvolver campanhas de contra-propaganda. Destaco alguns episódios caricatos, como por exemplo a colocação num cadáver em pleno mediterrâneo, de planos falsos, com o objectivo de convencer os alemães que a invasão a sul se daria pela Grécia. Tendo conhecimento, através das leituras das mensagens "enígma", que o inimigo tinha caído no engodo, poderam efectuar a invasão por Itália, enquanto que a Alemanha colocava os seus efectivos na Grécia. No norte de África, as tropas de Rommel, a famosa "raposa do deserto", tinham os seus ataques todos antecipados e combatidos. No dia D, mais uma vez os aliados puderam desembarcar na Normândia, porque sabiam que os alemães viam o desembarque como uma manobra de diversão para iludir um suposto verdadeiro embarque que estes foram levados a querer que seria em Pas de Calais.
Este exemplo é metáfora perfeita para a realidade de hoje. Quem tem conhecimento tem mais hipóteses de vencer. No entanto, não confundir o conhecimento com a informação. A informação é a matéria prima, que com a internet nunca esteve tão acessível. O desafio é trasformar essa informação em conhecimento útil para o nosso dia a dia.
Passámos da sociedade da informação para a sociedade da comunicação. Os meios de comunicação social já não são massificados e unidireccionais. Com a era digital o próprio utilizador também é produtor de conteúdos, não tendo que se submeter à ditadura de quem o produz. Os media tornaram-se mais democráticos, mas não para todos. Quem não está munido de saber útil, sofre uma espécie de darwinismo digital. Não sobrevive enquanto ser esclarecido nesta sociedade onde o saber é o trunfo mais importante
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