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Há uns dias foi notícia a detenção do presidente de Câmara de Oeiras quando se preparava para inaugurar um monumento evocativo do Marquês
de Pombal, por ocasião dos 250 anos do concelho. Foi com 2 anos de atraso (1759-2009) mas a homenagem é justa, e este episódio não deixa de o ser também, ou não fosse o homenageado o homem que mais prendeu neste pais ao longo da sua história. Curiosamente o feriado de Oeiras é a 7 de Junho, dia em o Rei D. José I atribuiu Sebastião José Carvalho e Melo o título de Conde de Oeiras, concedendo foral à nova vila. Esta atribuição de foral é um tanto ou quanto quixotesca (chamam-lhe forais novos) porque no século XVIII as leis que regiam o território já não se traduziam em forais. Assim, e ao contrário do que se verifica em quase todos os municípios, em Oeiras o dia do concelho não alude a nenhum santo, longe disso!
Mas como é que a vida daquele que ficou conhecido na história de Portugal como Marquês de Pombal se cruza com Oeiras. Já li algures que o título lhe foi outorgado pelo seu trabalho na reconstrução de Lisboa, o que me parece um absurdo. Em 1759 tinham-se passado pouco mais de 3 anos após o terramoto pelo que ainda não havia nada reconstruído. A verdade parece-me que é outra. Nesse mesmo ano, no dia 13 de Janeiro, tinham sido executados os Távoras e o Duque de Aveiro no Patíbulo de Belém na sequência da tentativa de regicídio do Rei D. José no local onde hoje está a Igreja da Memória. Curiosamente é nesse local que hoje repousa o próprio Marquês de Pombal. Assim, o Rei ter-lhe-á atribuído o título como agradecimento pelo seu papel no processo Judicial que levou à condenação dos Távoras (dizem os juristas que o processo tem mais buracos do que um queijo suiço) e este não se fez rogado da mercê recebida e encarregou-se de construir um magnífico palácio, onde o próprio Rei, já velho e cansado, terá passado uma temporada e onde Sebastião José pensava acabar os seus dias.´
Não teve ensejo de desfrutar plenamente da sua obra porque com a morte do Rei e a subida ao trono de D. Maria I, os seus inimigos (que eram inúmeros) aproveitaram para se vingar dos vexames que tiveram que suportar durante a sua governação. Foi a política da "viradeira", com novas personagens e um novo estilo de governação. Este processo começou com o desterramento de Sebatião José para Pombal, onde detinha o título de Marquês desde 1769 mas que nunca pensou habitar. Aliás, Pombal está mais associada ao Conde de Castelo Melhor (outro grande estadista) do que a Sebastião José. Em Pombal Sebastião José tivera um tio cónego que lhe dera um forte impulso para que o seu sobrinho chegasse à corte (ainda no tempo de D. João V) e talvez por isso D. José resolveu atribuir-lhe o título de Marquês nessa Vila e não em Oeiras. O Marquês de Pobal terá pedido a D. Maria o título de Duque e esta ter-lhe-á respondido que os duques não se faziam, nasciam-se...Neste triste exílio fechou os olhos em 1782, num país mergulhado no caos e a saque por aqueles que tanto contestaram a sua mão firme. Era por isso que nesses dias se dizia em Portugal "mal por mal, antes Pombal".
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