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Não fica longe da fronteira portuguesa, na comunidade de Leão, um pequeno município chamado Valência de D. Juan. Olhamos para o brasão da autarquia e não deixa de nos chamar à atenção as quinas das armas de Portugal. Mas quem seria este don Juan?
Na realidade, sendo português, não se chamava Juan mas sim João e era filho de D. Pedro I e da bela Inês de Castro. Do relacionamento (não sei se lhe posso chamar casamento, embora tenha havido um bispo - D. Gil, Bispo da Guarda - que o tenha jurado sobre os evangelhos) nasceram três filhos: D. Beatriz, D. João e D. Dinis.
Na presunção de legitimidade de casamento de Pedro e Inês, a crise de 1383-1385 deveria tê-lo tornado herdeiro do trono no lugar do seu meio-irmão, então Mestre de Avis. Mas tal não sucedeu devido a uma história com contornos sórdidos. Em 1379 o infante assassinou a mulher D. Maria Teles, que era irmã da rainha D. Leonor Teles. Aqui, consoante os cronistas, há diferentes interpretações para o sucedido: terá matado a mulher por uma crise de ciúmes, instigada pela sua cunhada Leonor Teles? Ou teria antes a ambição de se casar com D. Beatriz, filha de Dom Fernando, e assim assumir os destinos do Reino de Portugal?
Provavelmente foi uma conjugação das duas situações ou de uma outra que ficou nesse recôndito local da história onde se guardam grandes revelações mas que ninguém consegue aceder porque não ficou nenhum registo. O que é certo é que depois deste episódio, o infante exilou-se em Castela e não teve possibilidade de defender a sua posição quando o povo de Lisboa se revolta contra a rainha Leonor Teles e o conde Andeiro, que então governavam Portugal. Assim, o Mestre de Avis, habilmente, colocou-se à frente do povo e deslocou-se ao Paço de São Martinho (que no passado foi a cadeia do Limoeiro e hoje é o Centro de Estudos Judiciários) e, pelas próprias mãos, matou o Conde Andeiro. Depressa circulou o rumor que queriam matar o mestre e quando o povo de deslocou ao Paço de São Martinho e viu o Mestre automaticamente o proclamou Regedor e Defensor do Reino. Assumiu a vanguarda da resistência do povo português face a Castela e foi em 1384 aclamado Rei nas cortes de Coimbra, onde o Dr. João das Regras jogou um papel fundamental na defesa dos seus direitos, principalmente face aos filhos de Inês de Castro. Segundo o jurista, eram todos bastardos, pelo que este foi o ponto de partida para a sua consagração como Rei.
D. João, filho de Inês de Castro, não podia aceitar esta situação e cometeu um segundo erro: Incorporou a armada castelhana que invadiu Portugal mas que foi completamente destroçada em Aljubarrota. Com esta derrota regressou a espanha, obtendo como prémio de consolação o Ducado de Valência de Campos onde construiu o seu Palácio e passou os seus últimos dias.
Hoje está completamente esquecido.
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