. O 4 de Julho

. O ABC da Lealdade

. Viva o 25 de Abril...de 1...

. Mário Soares e a III (ou ...

. A Revolução de 1820

. O Longo Processo de Recon...

. A Maldição dos Primogénit...

. Uma Andaluza à Frente dos...

. A Páscoa

. O Herói dos Heróis

.arquivos

. Setembro 2013

. Agosto 2013

. Junho 2013

. Abril 2013

. Março 2013

. Fevereiro 2013

. Janeiro 2013

. Dezembro 2012

. Novembro 2012

. Outubro 2012

. Agosto 2012

. Julho 2012

. Junho 2012

. Abril 2012

. Março 2012

. Fevereiro 2012

. Janeiro 2012

. Dezembro 2011

. Novembro 2011

. Outubro 2011

. Setembro 2011

. Agosto 2011

. Junho 2011

. Maio 2011

. Abril 2011

. Março 2011

. Fevereiro 2011

. Dezembro 2010

. Novembro 2010

. Setembro 2010

. Agosto 2010

. Julho 2010

. Maio 2010

. Abril 2010

. Março 2010

. Fevereiro 2010

. Janeiro 2010

. Dezembro 2009

. Novembro 2009

. Outubro 2009

. Setembro 2009

. Agosto 2009

. Julho 2009

. Junho 2009

. Maio 2009

. Abril 2009

. Março 2009

. Fevereiro 2009

. Janeiro 2009

. Dezembro 2008

. Novembro 2008

. Outubro 2008

. Setembro 2008

. Agosto 2008

. Julho 2008

. Junho 2008

. Maio 2008

. Março 2008

. Fevereiro 2008

. Outubro 2007

. Agosto 2007

. Junho 2007

. Maio 2007

. Abril 2007

. Março 2007

. Outubro 2006

. Agosto 2006

. Junho 2006

. Maio 2006

. Abril 2006

. Março 2006

Em destaque no SAPO Blogs
pub
Quarta-feira, 30 de Maio de 2007

Portugal na Vanguarda

Não sendo a capacidade inovadora uma característica reconhecida aos portugueses, existem alguns factos, mais ou menos desconhecidos, que  seriam um excelente contraditório a este estereótipo.

Recuemos quinhentos anos. Fomos os primeiros a chegar à Índia por via marítima e ao Brasil. Explorámos a costa africana e chegámos à Ásia. Outros países orgulham-se de façanhas muito semelhante: Espanhois, Holandeses, Ingleses. Agora nenhum país o fez de uma forma sistematizada, organizada e permanente, como Portugal, desenvolvendo uma complexa rede de trocas comerciais e culturais, estabelecendo feitorias, gerindo rotas, etc. Foi o génio do infante e o desígnio da coroa, a que se juntou a vontade popular,  a quem se deve este feito único, naquilo que pode ser entendido como o dealbar da globalização. Teve início no século XV e só teve o seu ocaso às portas do século XXI.

Se o gérmen da globalização é português, a primeira multinacional também nasceu na pátria lusitana. Trata-se da Ordem de Cristo, e o seu "logótipo" estava inscrito nas caravelas que cruzavam oceanos. Era a Ordem de Cristo que tinha a incumbência de desenvolver a exploração de novos territórios e o estabelecimento de trocas comerciais. No fundo era uma empresa "pública" com o monopólio da navegação e comércio ultramarino. Evidentemente que a Ordem de Cristo dependia da coroa. O Infante D. Henrique foi o primeiro Mestre pertencente à família real. Até então os mestres eram eleitos por seus pares. O último fora D. Lopo Dias de Sousa, filho da malograda Maria teles e de D. João, filho de D. Pedro e de Inês de Castro.

No início do século XIX, o Príncipe Regente, futuro D. João VI, haveria de introduzir uma novidade, que mereceria figurar nos compêndios de Ciência Política. Perante a iminente invasão francesa, a família real decidiu transferir a capital para o Rio de Janeiro, com a elevação do Brasil ao estatuto de reino. Com o título de Rei de Portugal, do Brasil e dos Algarves, D' áquem e D'álem mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Comércio e Navegação da Etiópia, etc, D. João VI manteve a independência do país, mesmo que uma parte (reduzida) estivesse ocupada por tropas estrangeiras. Este facto foi entendido como uma fuga. Eu considero que foi uma medida brilhante, porventura inconsciente, de alguém que ficou conhecido para a posterioridade como um estadista intermitente e inseguro. Não sei se Aristides Pereira se inspirou neste facto quando declarou em 1973, unilateralmente, a independência da Guiné Bissau. No entanto o argumento foi o mesmo: o país é independente, a diferença é que tem tropas estrangeiras no seu território.

Foi preciso chegarmos ao estertor do Estado Novo para se registarem mais factos dignos de nota. Curiosamente, ambos tiveram lugar em 1961 e foram percursores de algo que se começou a banalizar desde então: sequestros de veículos com fins políticos (aviões em particular). O caso Santa Cruz, correu o mundo, graças ao arrojo do Capitão Henrique Galvão e seus correlogionários. O autor da obra "Férias Sem Salazar" capitaneou o assalto ao navio da frota mercante portuguesa, com o objectivo de desviá-lo para Angola e aí originar um pronunciamento militar que resultasse na queda do regime de Salazar. Os seus intentos foram parcialmente bem sucedidos. O seu efeito mediático foi devastador, mas não conseguiu chegar a Angola, ficando-se pelo Brasil, país em que pediu azilo político.

O feito de Palma Inácio não tendo sido tão mediático, nem tão conhecido hoje em dia, não pede meças em termos de arrojo. Inácio desviou um avião proveniente de Marrocos com destino à Portela, fazendo-o sobrevoar, a baixa altitude, no centro de Lisboa e na Margem Sul, largando panfletos subversivos aos olhos do regime. O mesmo regime que colocou caças numa feroz perseguição, que apenas não resultou no derrube da aeronave por a mesma sobrevoar numa altitude muito perigosa do ponto de vista dos possíveis danos colaterais.

No entanto, pessoalmente, considero que a maior inovação até hoje alcançada pelos portugueses deve-se ao Almirante Pinheiro de Azevedo. Digo que é a maior, porque até hoje nunca foi repetida, pelo que a minha opinião se sustenta nessa singularidade. Face à reacção pro-gonçalvista que bloqueava o país, desde o seu tecido económico, passando pelo meio castrense  e também político. Desde sequestros no parlamento, perante a passividade da polícia e das forças armadas, à deflagração de engenhos explosivos e um clima de pré-guerra civil em que o país vivia, Pinheiro de Azevedo, no papel de Primeiro-Ministro, declarou que o Governo tinha entrado em greve, como sinal de protesto perante os condicionamentos de que era alvo e que o impediam de governar. Arrisco um prognóstico: nunca mais teremos outro governo em greve, em Portugal ou em qualquer parte do mundo.

 

Fica o vídeo, a atestar este facto

 

 

publicado por Rui Romão às 19:10
link do post | comentar | favorito

.D. Afonso Henriques


.

.pesquisar

 

.Setembro 2013

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30

.tags

. todas as tags

blogs SAPO

.subscrever feeds