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A história dos países não se resume a grandes façanhas, como sejam revoltas, batalhas, conquistas,etc. A estrutura social não se transforma apenas com efemérides, com lugar garantido nas cronologias dos manuais de História. Para além desta "macro-história" existe uma história mais paroquial, mais próxima do cidadão comum, que contribui na mesma proporção destes factos marcantes para a evolução estrutural das sociedades. Neste sentido, entendo a História como um emaranhado de acontecimentos, alguns factuais, narrados e escritos, outros que apenas figuram na crença, no mito, no mais puro imaterialismo. Uns marcantes, como a crise de 1383-1385 ou as revoltas liberais, outros mais ou menos votados ao anonimato, como a história local. No fundo, como uma mão invisível, transformam diariamente a nossa mundiviência, e isso repercute-se na forma como nos relacionamos com o meio, numa vertente mais lata, englobando a vertente social, política, económica e cultural.
Os grandes acontecimentos históricos do país estão à distância de qualquer manual de história, e estes são aos milhares. Monografias, cronologias, obras gerais, é profusa a oferta neste domínio. Contudo, existe um grande calcanhar de Aquiles na historiografia portuguesa, que se prende com a história local. Se porventura fosse feito um inquérito aos munícipes, quantos conheceriam a história da sua terra? Duvido que infelizmente não seriam a maioria.
Pessoalmente, tenho tido um percurso oposto ao que era comum até há um par de anos. Regra geral, nascia-se numa aldeia, partia-se depois para a vila ou capital de distrito mais próxima e depois uma grande cidade como Lisboa seria a última paragem.
Pelo contrário eu nasci e vivi a minha infância no centro de Lisboa. Na varanda da Avenida 24 de Julho, onde outrora se localizava o Aterro da Boavista, local amplamente divulgado nas obras-primas queirosianas, nasci para o mundo. Aos 10 anos a minha família mudou-se para o Dafundo, local não menos citado por Eça de Queiros, e, recentemente, fui residir para a Aldeia da Quinta do Anjo, no concelho de Palmela. Inverti a lógica Aldeia-Vila-Cidade para Cidade-Vila-Aldeia, embora um dia, provavelmente, regressarei a Lisboa, aquela que será sempre a minha terra.
Confesso que a minha "diáspora" colocou desafios crescentes à minha capacidade de comprender o espírito da terra, mais do que uma história cronologicamente memorizada.
Quanto a Lisboa, a informação é abundante. O Dafundo já tem um leque muito mais restrito de informação, mas também igualmente cativante na prosa de Eça de Queirós. Talvez por esse facto, e pela sua mestria no retrato social, seja o meu autor de eleição e a charneira entre as minhas primeiras residências.
No caso da Quinta do Anjo, tomei conhecimento há pouco de uma obra da autoria de um "Montanhão", assim se designam os naturais da Quinta do Anjo, de seu nome Fortuna Matos, que no entanto não obedece, na minha humilde opinião, aos critérios de clareza que se impunham.
Contudo vou continuar esta minha pesquisa pela procura do meu Stº Graal, prometendo em tempo oportuno, escrever um texto exclusivamente dedicado à história da Quinta do Anjo.
Será o meu pequeno contributo para a história local, tão maltratada que está em Portugal
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