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Segunda-feira, 2 de Agosto de 2010

A Grande Tentação Franquista

 

Para quem pensa que a História é uma ciência do que passou, estanque, sem grande progresso para além do que já foi documentado, o recém editado livro do espanhol Manuel Ros Agudo, aí está para contestar essa teoria. Sob o título "A Grande Tentação" este historiador deita por terra a teoria pacifista de Franco na II Guerra Mundial, através de uma análise dos arquivos governamentais relativamente a esse período e que estão agora disponíveis.

A teoria até há pouco tempo vigente era a de que Franco não cedeu às pressões de Hitler para entrar no conflito devido à sua debilidade militar e económica, em virtude da guerra civil que devastou a Espanha de 1936 a 1939. Se a análise à conjuntura espanhola é acertada, o mesmo não será a postura anti-beligerante.

Franco era acima de tudo um africanista. A guerra civil foi ganha a partir do Marrocos espanhol, onde Franco e uma série de militares e ministros se notabilizaram, pelo que o regime era particularmente sensível à questão do protectorado. Este país estava dividido entre a soberania espanhola e francesa, tendo os primeiros motivos de queixa face à sua vizinha, em virtude de sucessivas humilhações a que esta tinha sido sujeita pelo poderio gaulês. Franco atribuia aos governos da Espanha liberal esta pusilanimidade face ao vizinho transpirinaico, que tinham diminuído consideravelmente a extensão do seu protectorado em proveito da França. Para além deste conflito latente existia o caso particular de Tânger, que era uma cidade administrada por um directório internacional e que a Espanha também reclamava. A conquista de Tânger, feita unilateralmente pela Espanha, acabou por ser a única conquista durante o conflito, embora tenha sido efémera.

Em 1940 com a derrota francesa, Franco teve a intenção de invadir o Marrocos francês sob pretexto da incapacidade da França ocupada para garantir a estabilidade na zona. Sucede que a queda da França não resultou no desarmamento das forças armadas francesas. O regime nazi estabeleceu uma divizão entre a zona norte ocupada e a zona sul com alguma autonomia, com um governo próprio sediado em Vichy e chefiado pelo heroi francês da I Guerra Mundial - Marechal Pétain. Esta zona sul mantinha-se militarizada e com o controlo das colónias do norte de África que mantinham o seu efectivo militar.

Neste contexto Franco apercebeu-se de que militarmente não conseguiria sozinho derrotar uma França que mantinha um considerável contigente no norte de África. Assim, colocada de parte a hipótese unilateral - à semelhança do que fez em Tânger - Franco começou a negociar a entrada na guerra ao lado do eixo, cujo principal marco foi o encontro de Hendaia. Sucede que a exigência de Franco era a atribuição do Marrocos Francês a Espanha, o que Hitler não poderia aceder pelo receio que (legitimamente) este tinha que caso chegasse ao conhecimento dos franceses este acordo, a fidelidade a Vichy do contigente norte africano seria abalada e poderia suceder que se "passassem" para o lado da França Livre de De Gaulle -  como veio a suceder embora não por este motivo.

Para além disso, Hitler tinha em fraca consideração a capacidade militar espanhola, pelo que entendia ser um preço demasiado alto para o benefício que poderia trazer à causa do eixo. O interesse principal da entrada de Espanha no Eixo era Gibraltar - ponto estratégico de controlo de acesso ao Mediterrâneo - bem como uma das ilhas Canárias para aí colocar uma base militar.

Franco não se mostrou sequer disponível para falar da cedência de uma das ilhas das Canárias à Alemanha, sugerindo a ilha da Madeira...

Os planos de Franco e Hitler, que apenas não se concretizaram porque Hitler se recusou a ceder o Marrocos francês, era a ocupação de Gibraltar e um ataque preventivo a Portugal - tradicional aliado do Reino Unido - não obstante o pacto de amizade e não agressão assinado entre Franco e Salazar e do apoio decisivo deste para a vitória dos nacionalistas na guerra civil.

Quem nunca duvidou desta intenção foi o próprio Salazar, que sempre manifestou uma grande desconfiança relativamente ao seu homólogo espanhol, ou não conhecesse ele a tese de licenciatura de Franco na Academia Militar, precisamente como invadir Portugal...

Não obstante, no pós-guerra Franco contestado internacionalmente por ter ganho a guerra civil graças ao apoio italiano e alemão, apenas conseguiu quebrar o isolamento internacional a que foi votado graças ao apoio de Portugal.

Foi o seu seguro de vida.

 

 

publicado por Rui Romão às 20:31
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Domingo, 18 de Abril de 2010

Eduardo VIII

A neutralidade portuguesa na II Guerra Mundial foi um terreno fértil para o desenrolar de actividades diplomáticas mais ou menos clandestinas,nomeadamente por parte dos principais países beligerantes. É por demais conhecido o ambiente vivido na linha do Estoril por essa altura, onde monarcas exilados, milionários e espiões de ambos os lados do conflito partilhavam o mesmo espaço. O Hotel Estoril Palácio era,por excelência, o local de reunião desta corte. Ian Fleming passou por lá, e aí se inspirou para criar a personagem de James Bond, o mais famoso agente secreto do planeta. Um dos exilados que esteve em Portugal durante a guerra foi o ex Rei Eduardo VIII de Inglaterra. Forçado a abdicar do trono britânico em virtude do seu casamento morganático com uma americana - Wallis Simpson - era assumidamente um admirador de Hitler, com o qual se chegou a encontrar. Estava então na moda o casamento de americanas com aristocratas, fenómeno a que Portugal não foi alheio. D. Manuel II teve uma relação amorosa com a actriz Gaby Deslis, e o infante D. Afonso acabou mesmo por casar no exílio com uma americana - Nevada Hayes. Foi a inclinação pró-alemã que o tornou apetecível aos olhos do III Reich. Instalado em casa do banqueiro Ricardo Espírito Santo - que também não se livrou da fama de pró-germânico - esteve alguns meses em Portugal antes de ser nomeado por Winston Churchill Governador do remoto arquipélago das Bahamas. É aqui que esta história ganha contornos de um filme policial. Durante a estadia de Eduardo VIII o governo português não deixou de manifestar a sua hospitalidade, que se traduziu na garantia da sua segurança, não perdendo a oportunidade para vigiar a actividade do príncipe. Hitler tinha reservado para Eduardo VIII o papel de um "Petain Inglês". Ou seja, depois da esperada vitória militar (que como é sabido nunca veio a suceder)aproveitar a sua legitimidade como ex Rei(após a abdicação ou fuga de seu irmão - Jorge VI) para recoloca-lo no trono e cumprir o desígnio de ser o fantoche do regime hitleriano. Na teia diplomática que se instalou em Portugal, através do encarregado de negócios alemão e com a intervenção de Ricardo Espírito Santo, Hitler propôs ao monarca não aceitar o "exílio" das Bahamas que lhe tinha sido imposto pelo governo inglês com o objectivo de afastá-lo das garras da águia alemã. Depois de ponderar os prós e contras, Eduardo VIII acabou por se manter fiel à sua pátria, rumando para as Bahmas. O que teria sucedido se não tivesse embarcado? Provavelmente o pós guerra ser-lhe-ia muito duro.
publicado por Rui Romão às 10:49
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